quinta-feira, 1 de maio de 2008

Os Irmãos Grimm

Uma reunião
Tive uma pequena reunião com a assistente social quando fico sabendo que entraram mais duas internas: um bebê com alguns dias de vida e uma adolescente transferida de outro abrigo. Ela, a assistente social, também me deu uma relação dos horários das crianças e através deste posso dispor as horas individuais. Trata-se de uma questão que trago comigo já há pelo menos 03 anos. Ao tratar da leitura como uma ação cultural para crianças que estão em situação de risco não deve ser, pelo menos a princípio, através de esquemas grupais, ou seja, tal criança ou adolescente deverá ser vista no seu individual, de maneira personalizada. Certamente virão questões como aquelas em relação ao criar ou não vínculos e, que vínculos são esses? Então a idéia de trabalhar o viés da leitura com duas crianças no máximo poderá responder positivamente a questão da apropriação simbólica da informação cultural visando o seu protagonismo.

Os Irmãos Grimm
Manhã fria... de uma quarta-feira – 30 de abril de 2008
Pedi ajuda a uma das meninas pra organizar a sala para o filme, muito bem, vamos assistir ao filme, uma das crianças (havia três crianças e duas adolescentes) me disse que não assistiria àquele filme porque “dava medo só de ver a capa do DVD” e saiu, as adolescentes também assistiram a um pedaço e depois foram ao dentista. Então ficamos eu, um garoto de nove anos, este acompanhou ao filme, e um outro de cinco, este, como é de praxe, tumultuou o quanto pode!!! Mas no final prestou atenção ao que estava acontecendo à história.
Tarde mais fria... do mesmo dia
Se a manhã fora daquele jeito imagina à tarde com todas as crianças por lá – as 14, com exceção do “tumultuador” =) !!!!
Estavam atrasados para o lanche, consequëntemente atrasados para o filme.
Enquanto eles terminavam o lanche fui organizando “nosso cinema” – terminado isso, fui falar a eles do que se tratava o filme e, principalmente, se não fosse pelas anotações feitas pelos Irmãos Grimm, hoje não teríamos as histórias que preenchem nossas infâncias.
Mais uma vez me engano com a turma da tarde... se aninharam, apagamos as luzes e todos ficaram no maior silêncio acompanhando o filme e sempre questionando quando não entendiam alguma passagem, alguns deles (três) iam reconhecendo, conforme ia aparecendo, os personagens e partes de histórias (Chapeuzinho Vermelho, João e o pé de feijão, Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Bela Adormecida, dentre outras). Após o filme também disseram o que mais dava medo e um deles disse: “o que mais dá medo mesmo é a Loura do Banheiro!!!” (
Essa é uma outra história...)
Ah! "O tumultuador" chegou uns vinte minutos antes de acabar o filme, pensei: “agora está tudo perdido!” Mas como quando ele entrou estava tudo escuro, inclusive a luz do corredor e ao ver as crianças no maior silêncio, acho que resolveu não fazer barulho. Convidei-o pra se sentar ao meu lado e ele ficou quietinho prestando atenção, inclusive se lembrou do “bafinho da bruxa”. Aquele bafinho de 500 anos que apagou todo o incêndio da floresta...
... nesse dia ainda aproveitei para conversar com uma das meninas que estava muito brava porque alguém havia mexido em suas coisas...
Estou acreditando que uma mediação mais personalizada dará conta de muitos "recados".

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