segunda-feira, 23 de junho de 2008

Acesso e Apropriação

"Nenhum signo cultural, quando compreendido e dotado de um sentido, permance isolado: torna-se parte da unidade da consciência verbal constituída. " (Bakhtin) Compreender é transformar as informções que esse me apresenta em conhecimento, é estabelecer conexões, é tranformar informações em conhecimento... Todo o espaço com seus objetos é permeado pelas relações humanas. Há duas semanas temos conversado sobre o planeta, suas formas topográficas, rios, continentes, pessoas diferentes, por esses motivos jogamos o jogo “Terra”. Nesse jogo os jogadores têm que viajar pelo Brasil, é interessante para aprender um pouco de geografia. Estava junto com a gente a filha de uma das faxineiras do Abrigo, a princípio ela ficava só olhando e não queria jogar, então, quando já estávamos na segunda rodada, ela queria entrar, mas daí já não dava mais, mesmo assim ela queria dar as peças conforme o jogo ia acontecendo, bom, era um jeito que ela achou para participar.
Por conta dessa onda de Brasil/Japão contei a lenda do Tsuru, enquanto o criávamos com nossas mãos, demostrando que não era um simples dobrar de papel, mas esse dobrar recheado de significações demostrava a circularidade espiralada da vida. Fizemos isso na mesa do refeitório e isso causou uma sensação em algumas crianças, elas queriam demonstrar que sabiam dobrar papel e criar formas com esses, inclusive o garoto "Consegue Sempre se Machucar", esse prestou muita atenção. Novamente, a filha da faxineira também queria participar e pedia a todo instante a minha atenção. E ela chamou a minha atenção para o fato de que existe tanto a necessidade de acesso quanto de apropriação, esses devem ser concomitantes...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

... só que tem que ser aos poucos...

A cidade parecia ainda dormir sob aquela pesada neblina....
... nada se enxergava...
as crianças queriam mais cama, as que não tiveram que acordar cedo pra ir à escola ainda não haviam tomado café, então tive que esperar por elas, e mais um pouco pela adolescente que resolvera ir também à Biblioteca. Hoje era dia deles devolverem os livros e renovar aqueles que não haviam terminado de ler. A Adolescente comentava comigo que o livro de Shakespeare era um pouco chato, mas que ela leria assim mesmo. Bom, esse é um dos objetivos do projeto: fornecer-lhes ferramentas ou auxiliar na construção de repertórios que facilitem o entendimento de outras linguagens como, por exemplo, essa do Shakespeare. "é, mas isso tem que ser aos poucos." - "Exatamente, tem que ser aos poucos... e sempre."
Que delícia! Uma das monitoras que ficara com o livro “A vassoura encantada” dizia sobre a história, então lhe propus se ela poderia contar a história de boca em uma roda para as crianças ao que ela topou! Então para daqui duas semanas teremos essa roda de história com a Tia Monitora!!!!