sexta-feira, 30 de maio de 2008

Quand les enfants se désintoxiquent des écrans

Mardi 20 mai, les 254 élèves de l'école primaire du Ziegelwasser se sont lancé un défi périlleux : se passer d'écrans de télévision, ordinateurs et autres consoles de jeux pendant dix jours. Les journalistes se sont bousculés à la porte de l'école, classée en ZEP, dans le quartier populaire du Neuhof, à la périphérie de Strasbourg. La secrétaire d'Etat à la famille, Nadine Morano, a même fait le déplacement.
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http://www.lemonde.fr/societe/article/2008/05/29/quand-les-enfants-se-desintoxiquent-des-ecrans_1051343_3224.html

quarta-feira, 28 de maio de 2008

... onde estão as teorias para responder...

"Quanto a mim, o resultado principal dessas leituras foi uma convicção firme, e, subitamente, não sei por que, fundamental, de que nas minhas mãos não existia nenhuma ciência nem teoria nenhuma, e que a teoria tinha de ser extraída da soma total dos fenômenos reais que se desenrolavam diante de meus olhos. No começo eu nem sequer compreendi, mas simplesmente vi, que eu precisava não de fórmulas livrescas, as quais eu poderia aplicar aos fatos de qualquer maneira, mas sim de uma análise imediata e uma ação não menos urgente."
Poema pedagógico, v. 1, p.24

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Antes da Estação uma Mala para Viagens


Será uma vez...
Não há nada mais aborrecedor que algo que não funcione. Um livro fechado na estante não significa nada. Livro é para ser usado (lido, relido, estudado, detestado, criticado, amado, praticado...). Além disso, viabilizar o acesso de crianças e adolescentes em situação de abrigo a mundos imaginários e também das possibilidades através da Literatura e das Artes conquistando terras sem fronteiras, constitui um trabalho primordial e de relevância social. É necessário então, reconstruir a auto-estima de cada um a partir de seu universo particular, buscar a identidade do grupo para se chegar a um lugar comum. Por estes motivos é pensada a estruturação e implantação de uma Estação de Conhecimento no Abrigo “Sem citar o nome”, a qual irá ao encontro das necessidades de seus protagonistas (das crianças e adolescentes abrigados, mas também dos monitores, cuidadores, pedagogos, psicólogos...). Esta deverá possuir um acervo generalizado e, por outro lado, especializado em Artes, Literatura, Literatura Infantil e Juvenil, além de dispor de Gibiteca e Brinquedoteca, para possibilidades diferentes, para reconhecer no outro, alegrias, angústias e saídas passíveis da existência humana. Vivências estas que não se observam sem o livre acesso à leitura e aos bens culturais.
Enquanto isso...
Enquanto não temos a Estação, preparamos a Mala, que não deixa de ser um começo para uma deliciosa viagem, através da leitura da literatura infantil e juvenil, também podemos ir à Biblioteca Pública e exercer um pouco da cidadania fazendo ali a inscrição e obtendo uma carterinha para retirar os livros desejáveis. Nesses encontros como grupo algo fica perdido, porque todos querem falar e ter atenção ao mesmo tempo, então foi pensado uma mediação de leitura, de cultura e de informação personalizada. O “contar histórias”, a “ida a Biblioteca”, as “trocas sobre leituras” e as “oficinas” acontecem com no máximo três pessoas, sendo duas delas de características próximas (idade, sexo, afinidades, gosto, compreensão intelectual) e uma outra, necessariamente, o mediador.
E assim...
Se existe uma distância entre os bens culturais e este público, a instalação da Estação com os programas de leitura, as interações destes com o universo de seus agentes, bem como, a mediação do texto escrito e a mediação cultural visam aproximá-los com o objetivo de facilitar a compreensão da obra, seu conhecimento sensível e intelectual, de maneira a inserir este público não somente no contexto cultural, mas, sobretudo social. Busca-se, portanto, através de ações sistemáticas levar a criança e o adolescente a se apropriar simbolicamente de informações culturais objetivando seus protagonismo.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sou otimista! antes mesmo de Ter que ser otimista!!!

Olá amigos! É sempre bom compartilhar experiências, por isso estou aqui! Trabalhar com crianças é sempre um desafio enorme, principalmente quando se trata de um Abrigo! Você se depara com cada situação que começa acreditar em intuição... sexto sentido... anjo da guarda... ou seja... em inspirações impressionantes! Nosso amiguinho de apenas 04 aninhos é extramamente agitado e inteligente, e conseqüentemente não pára na escola e em nenhum outro lugar! Eis que sua professora o filmou fazendo seu "piti" durante a Hora Cívica na escola... não sabíamos mais o que falar ou fazer para isso mudar... quando de repente... surgiu a idéia de comparar a Hora Cívica com os jogadores de futebol que cantam seus hinos específcos e do Brasil antes dos jogos! E este nosso amiguinho é Corinthiano!!! A surpresa maior ocorreu quando li em seu caderno, o recadinho da Professora elogiando se comportamento naquele dia!!! é... espero que essas inspirações sempre me ajudem nesses momentos críticos!!!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Uma mala de histórias pra viajar...


Quantas viagens - o seu término, o seu início numa estação de trem, de ônibus, de conhecimento... O que haveria numa estação de conhecimento? qual seria meu bilhete de troca, antes, o que poderia entregar para receber tal passagem... Qual o valor dessa passagem, quem determina esse valor, quem recebe ou quem dá... quem vai facilitar tal operação... Se não há a estação, se não há o encontro, posso ficar andando com minha mala a procura, a procura de um lugar, de um olhar que possa me recepcionar e quem sabe até me hospedar.

Era uma quarta-feira chuvosa e um pouco fria, levava comigo um casaco, um guarda-chuva enorme xadrez e uma mala preparada no dia anterior com aquelas histórias que pensei, talvez pudesse interessar. Ao descer do ônibus desaba uma tempestade, fico com as pernas das calças e sapatos encharcados. E lá fui imaginando como seria chegar a esse abrigo dessa maneira. Como as crianças reagiriam. Já havia combinado com as psicólogas que eu chegaria como uma estranha, procurando por crianças que quisessem ouvir minhas histórias e tantas outras que levava comigo naquela mala.

Ao chegar ao abrigo, até mesmo as psicólogas que eu havia conhecido e conversado há uma semana, se surpreenderam com o meu trajar.
Ao me verem, algumas crianças já foram dizendo: “Não deixa ela entrar” “É, manda ela embora!” Ao ouvir isso disse quase que simultaneamente com uma outra psicóloga: Eu dizia: “Tudo bem, eu vou, é que trago comigo muitas histórias, mas já que eles não querem ouvir, deve haver outro lugar com crianças querendo ouvir as muitas histórias que trago na mala...” e já ia saindo e ouvindo a psicóloga dizendo: “Puxa vida, é assim que vocês tratam visitas!?” e eu continuava dizendo: “Vou encontrar outras crianças pra ouvirem as histórias, já que essas crianças não gostam...” e então, as crianças começaram a gritar e falar juntas: “Não, não vai não!” “Fica!” “A gente quer ouvir histórias sim!” ... Então, entrei, eles arranjaram um lugar pra mim em meio às almofadas, enquanto me perguntavam de onde eu era, como tinha chegado ali, o que tinha na mala... Eu ia respondendo e misturando minha história com as histórias da mala e eles ouviam tudo de olhos abertos, prestando muita atenção, ao final perguntei se poderia voltar, ao que eles responderam que sim, então deixei alguns livros com eles, inclusive com a Tia monitora, a qual prestou também bastante atenção e me fez perguntas, “É verdade que se a gente ler bastante melhora a nossa caligrafia?”...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Os Irmãos Grimm

Uma reunião
Tive uma pequena reunião com a assistente social quando fico sabendo que entraram mais duas internas: um bebê com alguns dias de vida e uma adolescente transferida de outro abrigo. Ela, a assistente social, também me deu uma relação dos horários das crianças e através deste posso dispor as horas individuais. Trata-se de uma questão que trago comigo já há pelo menos 03 anos. Ao tratar da leitura como uma ação cultural para crianças que estão em situação de risco não deve ser, pelo menos a princípio, através de esquemas grupais, ou seja, tal criança ou adolescente deverá ser vista no seu individual, de maneira personalizada. Certamente virão questões como aquelas em relação ao criar ou não vínculos e, que vínculos são esses? Então a idéia de trabalhar o viés da leitura com duas crianças no máximo poderá responder positivamente a questão da apropriação simbólica da informação cultural visando o seu protagonismo.

Os Irmãos Grimm
Manhã fria... de uma quarta-feira – 30 de abril de 2008
Pedi ajuda a uma das meninas pra organizar a sala para o filme, muito bem, vamos assistir ao filme, uma das crianças (havia três crianças e duas adolescentes) me disse que não assistiria àquele filme porque “dava medo só de ver a capa do DVD” e saiu, as adolescentes também assistiram a um pedaço e depois foram ao dentista. Então ficamos eu, um garoto de nove anos, este acompanhou ao filme, e um outro de cinco, este, como é de praxe, tumultuou o quanto pode!!! Mas no final prestou atenção ao que estava acontecendo à história.
Tarde mais fria... do mesmo dia
Se a manhã fora daquele jeito imagina à tarde com todas as crianças por lá – as 14, com exceção do “tumultuador” =) !!!!
Estavam atrasados para o lanche, consequëntemente atrasados para o filme.
Enquanto eles terminavam o lanche fui organizando “nosso cinema” – terminado isso, fui falar a eles do que se tratava o filme e, principalmente, se não fosse pelas anotações feitas pelos Irmãos Grimm, hoje não teríamos as histórias que preenchem nossas infâncias.
Mais uma vez me engano com a turma da tarde... se aninharam, apagamos as luzes e todos ficaram no maior silêncio acompanhando o filme e sempre questionando quando não entendiam alguma passagem, alguns deles (três) iam reconhecendo, conforme ia aparecendo, os personagens e partes de histórias (Chapeuzinho Vermelho, João e o pé de feijão, Branca de Neve, João e Maria, Rapunzel, a Bela Adormecida, dentre outras). Após o filme também disseram o que mais dava medo e um deles disse: “o que mais dá medo mesmo é a Loura do Banheiro!!!” (
Essa é uma outra história...)
Ah! "O tumultuador" chegou uns vinte minutos antes de acabar o filme, pensei: “agora está tudo perdido!” Mas como quando ele entrou estava tudo escuro, inclusive a luz do corredor e ao ver as crianças no maior silêncio, acho que resolveu não fazer barulho. Convidei-o pra se sentar ao meu lado e ele ficou quietinho prestando atenção, inclusive se lembrou do “bafinho da bruxa”. Aquele bafinho de 500 anos que apagou todo o incêndio da floresta...
... nesse dia ainda aproveitei para conversar com uma das meninas que estava muito brava porque alguém havia mexido em suas coisas...
Estou acreditando que uma mediação mais personalizada dará conta de muitos "recados".