segunda-feira, 26 de maio de 2008

Antes da Estação uma Mala para Viagens


Será uma vez...
Não há nada mais aborrecedor que algo que não funcione. Um livro fechado na estante não significa nada. Livro é para ser usado (lido, relido, estudado, detestado, criticado, amado, praticado...). Além disso, viabilizar o acesso de crianças e adolescentes em situação de abrigo a mundos imaginários e também das possibilidades através da Literatura e das Artes conquistando terras sem fronteiras, constitui um trabalho primordial e de relevância social. É necessário então, reconstruir a auto-estima de cada um a partir de seu universo particular, buscar a identidade do grupo para se chegar a um lugar comum. Por estes motivos é pensada a estruturação e implantação de uma Estação de Conhecimento no Abrigo “Sem citar o nome”, a qual irá ao encontro das necessidades de seus protagonistas (das crianças e adolescentes abrigados, mas também dos monitores, cuidadores, pedagogos, psicólogos...). Esta deverá possuir um acervo generalizado e, por outro lado, especializado em Artes, Literatura, Literatura Infantil e Juvenil, além de dispor de Gibiteca e Brinquedoteca, para possibilidades diferentes, para reconhecer no outro, alegrias, angústias e saídas passíveis da existência humana. Vivências estas que não se observam sem o livre acesso à leitura e aos bens culturais.
Enquanto isso...
Enquanto não temos a Estação, preparamos a Mala, que não deixa de ser um começo para uma deliciosa viagem, através da leitura da literatura infantil e juvenil, também podemos ir à Biblioteca Pública e exercer um pouco da cidadania fazendo ali a inscrição e obtendo uma carterinha para retirar os livros desejáveis. Nesses encontros como grupo algo fica perdido, porque todos querem falar e ter atenção ao mesmo tempo, então foi pensado uma mediação de leitura, de cultura e de informação personalizada. O “contar histórias”, a “ida a Biblioteca”, as “trocas sobre leituras” e as “oficinas” acontecem com no máximo três pessoas, sendo duas delas de características próximas (idade, sexo, afinidades, gosto, compreensão intelectual) e uma outra, necessariamente, o mediador.
E assim...
Se existe uma distância entre os bens culturais e este público, a instalação da Estação com os programas de leitura, as interações destes com o universo de seus agentes, bem como, a mediação do texto escrito e a mediação cultural visam aproximá-los com o objetivo de facilitar a compreensão da obra, seu conhecimento sensível e intelectual, de maneira a inserir este público não somente no contexto cultural, mas, sobretudo social. Busca-se, portanto, através de ações sistemáticas levar a criança e o adolescente a se apropriar simbolicamente de informações culturais objetivando seus protagonismo.

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